A poltrona Vermelha

 

A poltrona Vermelha

Portuguese

Bem vinda a casa - disse ele brando e com a voz suave.

hey, cheguei...Trouxe aquele queijo que adoras, podemos ir lanchar se tu quiseres. - disse ela com a voz cansada e ao mesmo tempo excitada.

Não me ouviste ? onde é que estás ? ainda não chegou ? - esperou resposta em silêncio até que responde dentro de si. – disse ela.

Estou aqui na poltrona vermelha do teu avó vem cá ter. -disse ele

AHH! bem me pareçia, estavas a tentar que não percebesse que estavas em casa, seu idiota ... Vou pousar as coisas e arrumar só a cozinha espera 10 minutos. -disse ela

Não ! - O tom de voz mudou, aumentou e exaltou. Não ! Quero que venhas agora, quero que me vejas agora. Vem por favor. - disse ele.

Ela sai da cozinha e percorre o pequeno corredor que se estende pela casa, q dá acesso ás divisões... chega á sala onde ele está ...

Ele não gostava de queijo, era rara a vez que lanchava, ele era surdo, a poltrona não era do avó e era branca, a casa não tinha corredores, nem divisões...excepto uma...a divisão a qual só uma porta existia e pela mesma se entrava, a divisão da poltrona branca! Agora vermelha, manchada com o sangue posto em metáfora de tantas coisas deixadas passar e que ela não quiz ver.

Fodaçe! Sempre existiu tudo, existia tudo para mim e agora não existe nada, mais nada, porque eu deixei pelas coisas que preferia, pelos lanches que tomava, pelos objectos não apreciados e gastos, pelas memórias velhas, pelas cores, pela dor de não ter o que não saber o que, deixei que corresse pelo corredor que ligava essa minha casa a todas as divisões, até que me esqueçi que precisava de voltar ao ínicio para voltar a ter tudo. - disse ela.

 

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