Pé ante pé, nem dei por isso, sei apenas que aconteceu
A pancada no peito, ali onde a dor, de súbito, gelada se insinua
Não julgues, nem fales,
Nunca percorrestes o meu caminho,
Não sabes os espinhos que pisei,
No teu mundo perfeitinho,
Eu sonhava com o mundo que desenhei,
Minha alma grita, mergulhada nas profundezas da dor.
Partistes, a tua revolta ficou a minha revolta.
Já não tem volta.
Vives dentro do meu coração
Forte o suficiente para te deixar
Fraco demais para desejar voltar
Sorrio com lágrimas entre recordações
Vigio os teus passos cravados no solo
Ah triste geração Tão perdida, tão humilhada... Tão esquecida, tão deixada Tão cobrada, tão abandonada. ... Filhos bastardos... pais ausentes.
Silêncio
Um dia, em silêncio subirei aos céus as coisas não consentidas são assim morrerei antes de mim
Thais Abbês
QUEM ME DERA Quem me dera... não pensar em nada e nada compreender; existir sem ser, sentir sem sofrer;
O sonho é a utopia
Que me faz viver
E esquecer a vida
Que vivo sem querer
Toca-me
Tira de mim todo o prazer que puderes
Encanta-me de novo
E leva-me contigo neste sonho a dois
O sofrimento é opcional.
Sofre quem quer.
Por quem pensa merecer.
O simples facto de se amar
Até da mais vazia mente se consegue tirar inspiração
Do vazio de uma mente
Um silêncio no olhar
Que marca um penoso passado
Uma alma outrora despedaça
Fugir...
Um ato de coração
Que me benze a alma.
Este mundo está poluído pela desconfiança do Homem.
Não há justificação para a ignorância...
Um barco de Palavras
Que não tem por onde remar
Palavras fáceis de exprimir
Fáceis de expressar
Tudo é fácil!
É o egoísmo de um ir
Um outro desejo de ficar
Deixei-te
Abandonei-te
Fui tudo aquilo que jamais serias para mim
És o meu mundo o meu olhar
Pobre alma desse ser
Que vive sem se conhecer
Pobre alma desse coração
Que vive sem saber o que é a união.
Pobre e aquele que vive desconhecendo o saber do viver
Sou apenas uma alma
Afogada num mar de lágrimas
Sou a escuridão do meu passado
A luz do meu presente
A interrogação do meu futuro
É frustrante não saber,
Se há palavras a dizer.
Marcha inquieta,
Silêncio ensurdecedor,
Expressa em dor.
Dor de nada sentir
Oh belo sol poente!
Pudesse eu buscar-te
ao fundo do mar
e de ti fazer
a moldura do meu olhar.
Pudesse eu sentir-te
nesse mágico momento
Pequenas partículas coabitam em mim,
Pedaços de amor, angústia, solidão e dor.
Tudo resumido a uma faca de dois gumes, apunhalando sem fim...
Existem gotas
Que permanecem em mim,
Umas amargas e intragáveis
Que me recordam o fim,
Outras doces e intocáveis
Que me julgam assim...
Aparências...
Pudesse eu ao menos com elas terminar,
Sem deixar de com elas me preocupar
É esquisito este mundo em meu redor
Espelho reflector,
Que reflectes a minha imagem,
Absorves todo o seu ardor
Transformando-o em constante miragem
Quebrando o suspiro do horror,
Chamei-me de inocente,
Com medo de errar
Temi ser paciente,
E em meu mundo me enclausurar,
Definir-me-ia de demente
Na minha diferença de sonhar.
Uma lágrima de mim,
É mais que uma prova de vida
É um pranto sem fim
O renascer de uma ferida,
Que me transforma assim
Numa gota esquecida.
Á noite eu choro,
De dia sou desprezada
Já não sei quem sou
Só sei que de mim, ninguém gostava.
Não sei onde quero ir, nem para onde vou
Ali jaz, ainda infantil
Um sorriso vão que nasceu subtil
(Na escuridão da noite que caiu na seara
Canta metodicamente uma ave rara)
Sussurram cigarras lá fora
Manhã trovejante...
Em ti deposito todos os medos,
Em ti ouço o choro constante.
A mágoa aumenta...
Sinto a dor enclausurada
Como que uma infelicidade lenta
Permaneço instável...
Tudo se tranforma, tudo muda
Nem um gesto afável...
Menina...
Não me ouves quando te chamo,
Não ouves o mar que te alenta,
Neste burgo tão pesado, as esquinas são lapsos;
Memórias quase grafitadas, palcos de tristes abraços.
Hoje acordei com vontade de me despedir do mundo Deixar para trás dias incompletos e vazios Imperfeições próprias e alheias.