Pensamento

 

Filhos de Caim

Uma procissão sem pároco e santo
Maldita, mestiça e visceral
Desce do alto do morro
Na cadência de um samba-canção
Trazendo consigo a épica perdição

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Paradigma

No princípio era o verbo
Em nada regular
Que se esquivou da pauta
Contrariou as regras
E mudou o tema da História

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Inocência

Fecho os olhos e recordo sem distância o balouçar

das tuas duas tranças na brisa

da minha adolescência.

Esse espaço límbico de convalescença,

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Fisipe meu trabalho

I

Trabalho na Fisipe 

Fala-se na teoria da camaradagem

Mas com tanta malandragem

Não há nada que resista assim

 

II

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Espécie de Biografia

  • Poema 1

“Condutores não isolados”

Que movem energia,

Que repulsam cargas negativas dos corpos vizinhos,

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SAUDADE

SAUDADE

Troco as palavras por sentimentos

Afundo-me em em conversas

Agarro-me aos pensamentos

Digo coisas dispersas

Escrevo na solidao

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Crescer

À medida que envelhecemos,
 vamos ficando mais leves,
 pois vamos perdendo dias,
 despindo anos,
 esquecendo problemas.
 Seleccionamos amores,

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Tanta saudade

Tentei escrever o teu nome,
 no seio desta página,
 mas não existe espaço
 para dimensão tamanha…
Tentei escrever o teu sorriso,
 logo a página ficou cheia,

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Desabafo

Já não temo o fim,
já não desejo o mundo,
já não anseio tudo,
já não espero nada,
já não desespero
por tudo e por nada…
Estou bem assim…
Porque sei

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Sou

Sou areia fina,
outrora pedra feita,
tal como fui homem,
hoje velho curvado
sob o peso da incerteza,
da verdade de tanta beleza,
gasta por encantos mil

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Do escorrer do tempo

o tempo escorre pelas pedras amolecidas do riacho
os ponteiros desaguam num precipício
com o relógio parado
neste período tão restrito

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SER

SER

Quando arrumar as botas

E sair as cambalhotas

Todo o mundo vai dizer

E agora o que é que vais fazer

Sem papas na lingua atira para o ar

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O dia em que me suicidei

Despi o preconceito da minha ingenuidade
Traí o meu eu mais brilhante, a racionalidade

E foi assim que assassinei parte de mim
Para que digas sim.

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Sem pestanejar e a olhar como quem olha

Agora, neste agora, neste pedaço de momento, és tu, és tu q fazes cm q exista...exista o tempo, a altura, o ponto q inicia tudo oq pretendo, tudo oq ainda nao sei q pretendo. 

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Escrevi...

Escrevi, que escrevendo acerca de escrever, seria bom escrever sobre isso, então digo!

Escrever é escrever sem saber, ou que saber, porque escrever é isso...

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A poltrona Vermelha

Bem vinda a casa - disse ele brando e com a voz suave.

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Fode-me sem dó, Fode-te sem piedade, Fodam-se assim.

Fode-me sem dó, Fode-te sem piedade, Fodam-se assim.

Rasgar a pele com garfos pontiagudos e aguados com vinagre, para arder o ser

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Talude

não posso negá-lo por mais que o negue
não me posso enganar por mais que me engane
é o meu fado

nasci laranja madura
com o gosto da amargura

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Mundo

Mundo demente,
doente da vida que imaginou, capítulo a capítulo,
e nunca teve.
E segue, peremptório, amarrado
a essa trajectória incorrigível;

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Vale dos Iludidos

Há risos lá fora habitados de densa solidão;

pele sem temperatura afagada por estranhos.

E um afã de memória crepitando à meia luz

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Desconhecido

Olhas-me disfarçadamente
Para que não leia nos teus olhos
O que a tua alma sente.
Tentas adivinhar-me
E eu a ti, também…
Interrogo-me o que escondes

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auto-retracto vergonhoso

nasci

nasci embriagada,

roxa.

a liberdade tornou-se uma sede

intragrável.

já não consigo respirar.

quero rasgar esse contracto vitalício

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L

só quero um pouco

de nada.

mas quero liberdade,

quero toda a liberdade

que a noite me pode oferecer

ou uma rua nocturna

ou um vale virgem.

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ponto final

o amor

é o máximo expoente da decadência,

é o vício fútil

e desnecessário

que só nos arrasta

para becos

impestados de seringas

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retina rasgada

haja paciencia, paciencia

em blocos maciços
.

haja tanta puta e tanto filho da puta

que sejam todos fodidos

de morte

.

haja dó e piedade

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alma de orvalho

a cada palavra tua,

quando te foge

essa alma-velha

de poeta inconformado.

devoro-te com os olhos

com a língua

e com as unhas.

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pós

há um certo prazer

em ter os olhos inchados

de paixão

de calor

de suor.

não há preocupação

do baton

do lápis negro

se espalharem

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a utopia da nossa paixão

a ponta de um cabelo vai abalar-nos. criar expectativas para nós e para o mundo. são inocentes mas duras como quem já passou fome. a carne e a palavra serão a santíssima comunhão do uníssono.

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