Canto
Para que o vento
Leve o meu coração
De penas ao passado
Uma outra vez
Somente
Aquela mão
De calos e rosas
Nunca abandonou
Era uma árvore milenar
Que conhecera todas as cores
Até o transparente do ar
Aí estavas sempre sentado
A escrever por cima dos silêncios
Ah o azul infinito do céu,
Onde a minha alma se embriaga!
Essas nuvens cinzentas,
Por onde às vezes chora...
Braços que se estendem,
Como esses ramos negros,
É no alto da grande montanha Que a velha encarquilhada pelos anos Mirando firme no horizonte Se poe a meditar
A primavera esta voltando
Deixando a verde terra mais colorida
Trouxe amor e paz a minha vida
Da janela vejo as lindas flores desabrochar
Hoje quando levantei pela manhã A chuva lá fora caia sem parar Olhei para o infinito Nada além pude enxergar O sol ardente, e o céu tão bonito
O sino tocou sons de embalar
Saudando a vida a amanhecer
A exuberância do esplendor da natureza
Em mim verdejou
E imaculadas visões dos seus frutos
Saltitando de ramo em ramo,
Como se fossem somente uma nuvem de sonho
Brejeiros cantarolando o extâse da vida
No seu canto carregam toda a fragilidade
Esplendorosamente brilhas no céu que anseio
Seduzes-me com sonhos de cores mil
Os teus raios intensamente me fascinam
E contigo o meu olhar se prende.
Cai miudinha, tão solenemente
De mansinho acariciando os seres que toca
As andorinhas, nem rasto delas
Recordo apenas o seu estonteante voo
E neste nevoeiro que me abraça
E de cinzento pintalga a brancura da paisagem,
Casas amarelecidas pelo tempo
Tal como na minha alma transborda,
Apenas uma imaculada andorinha
Salpicava o azul do mar,
Naquele imenso céu que me ofusca
E em mim a eterna saudade
Do dia que ainda não nasceu