Um sonho há muito tempo esquecido,
O ECO MUDO
Preciso de um sonho
que eu mesma possa colorir,
com as cores que eu mesma possa definir.
Castigo-me de uma só vez
A observar só, talvez
A natureza, cantos
Deveras encantos.
Uma brisa agita verdes prantos,
O Sonho deslizava suavemente
pelo tapete mágico da mente.
Seus pezinhos delicados
Sonhei e aconteceu!
Guardei teu semblante e teu sorriso em minha mente,
Hoje Sonhei que me dizias, palavras que eu tanto esperava.
Sonhei que me amavas e que finalmente o tinhas conseguido dizer.
Sonhei estar nos teus braços numa noite de luar.
No reflexo da luz
Que ainda não brilhou
Veio o sonho que conduz
Ao que o medo afogou
Purifica essa mágoa
Incongruente transferência de ventos
que me ardem
em cima de cidades devoradas pelo alcatrão
onde só me encontro eu, no meu mais fraterno embalo
Sou essa rocha onde,
tu, meu mar, me vens salgar
para depois, em nova onda,
provares o tempero.
Tenho seios esculpidos
em tuas mãos de espuma,
Já sonho de outro mundo
Já não espero do mesmo tempo
Na verdade, escrevo nas paredes
Canções antigas não de amor
Tão banais, tão incertas,
Tão impossíveis.
* Só uma lua cheia de nada Um caminho estreito Em cada estrada E eu sou viva Sem que faça falta Livre de amar Sem esperar Ter o que não dou
*
As tuas palavras são as mais limpas e puras E não é preciso tocar no teu corpo de água Para descobrir que é demais a tua mágoa De encontrar unicamente manhãs futuras
O meu sonho... Tão perto e tão longe Esvaiu-se e agora se esconde!
O meu sonho... Tão vivo e tão morto Desprezá-lo seria um aborto